A aspirina ocupa um lugar especial na medicina. Descoberta no século XIX
e introduzida na prática clínica em 1899, ainda hoje é um fármaco de
"mil e uma utilidades", desde os mais conhecids efeitos analgésico,
anti-pirético e anti-inflamatório, até alguns supreendentes, como na
prevenção de doenças cardiovasculares e na prevenção e tratamento do
câncer. Entre uma coisa e outra, os cientistas já descobriram que a
aspirina reduz ainda os riscos de pré-eclâmpsia (pressão alta em
gestantes), e é forte aliada no combate a doenças degenerativas como o
mal de Alzheimer, diminuindo
em até 28% os riscos da doença. Pode ainda ser utilizada no
tratamento de pneumonias e resfriados em conjunto com a vitamina C, e
atua no tratamento de doenças provocadas pela
bactéria Staphylococcus aureus, que é uma das principais responsáveis
pelas infecções hospitalares.
A aspirina tem como componente
ativo o ácio acetil-salicílico, retirado da casca da árvore do salgueiro
branco, que se metaboliza no organismo em ácido salicílico. No entanto,
se sairmos da esfera dos produtos químicos e entrarmos na área da
alimentação, verificaremos que o ácido salicílico é um ácido orgânico
presente em frutas e vegetais!
Quer dizer... tomar uma aspirina ou comer certos alimentos, pode
ser praticamente a mesma ciosa: é tudo apenas uma questão de dose. O
ácido salicílico presente nos alimentos tem propriedades benéficas
devido ao seu efeito regulador dos processos inflamatórios, um conceito
que explicaria porque tanto a aspirina, quanto uma dieta rica em frutas e vegetais ajudam, por exemplo a prevenir o câncer intestinal e
outras doenças inflamatórias.
Em plantas sujeitas a um ataque de patógenos, a presença do ácido
salicílico contribui para conter as infecções e induzir uma resistência
sistêmica à doença. O ácido salicílico produz esses efeitos através de
diversos processos biológicos, inclusive alterando a expressão de várias
enzimas. Muitas dessas ações ocorrem nas plantas em concentrações
comparáveis à daqueles pacientes que tomam aspirina em baixas doses.
Alguns
alimentos são mais ricos em salcilatos que outros... a tabela abaixo dá
alguns exemplos do conteúdo de alguns deles. Uma lista mais completa, você irá encontrar AQUI.
SALICILATOS
NOS ALIMENTOS
por cada 100 gramas
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Quase nada
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Baixo
0.1 - 0.25 mg
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Moderado
0.25 - 0.49 mg
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Alto
0.5 - 1 mg
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Muito alto
> 1 mg
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VEGETAIS
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Ervilhas
Vagem
Aipo
Repolho
Lentilhas
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Aspargos frescos
Couveflor
Cogumelos frescos
Cebola
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Aspargos em conserva
Vegetais chineses
Alface
Azeitonas pretas
Abóbora
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Alfalfa
Brocoli
Pepino
Favas
Espinafre
Batata doce
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Champignon
Pimentão
Azeitona verde
Tomate
Rabanete
Chicória
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FRUTAS
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Banana
Pera
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Maçã Red
Cereja
Limão galego
Manga
Maracujá
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Grapefruit
Kiwi
Lychia
Nespera
Nectarina
Ameixa
Melancia
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Maçã Granny Smith
Abacate
Cereja
Uva
Tangerina
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Laranja
Damasco
Amora
Mirtilo
Cantaloupe
Tâmara
Goiaba
Passas
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NOZES, SEMENTES e GORDURAS
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Manteiga
Castanha de cajú |
Pecan
Manteiga de amendoim
Gergelin
Avelã
Semente de Girassol
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Côco
Castanha do Pará
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Pinhão
Macadamia
Pistachio
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Óleo de Coco
Azeite Amêndoa
Amendoim
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No entanto essas listas não contemplam os temperos... e, dentre eles o cominho, a páprica e o açafrão. Talvez isso possa explicar a baixa incidência de câncer entre os indianos?...
Vale a pena saber mais!